Segunda-feira, 25 de abril, Montréal. Arena do Centre Bell repleta de fãs caracterizados à la Lady Gaga gritam incessantemente o nome da musa. Eu, no lugar mais barato, mais alto e mais longe possível do palco, tento vislumbrar alguma coisa.
Entra em cena uma DJ pra fazer um set list de trinta minutos. Tadinha, escolheu um repertório completamente equivocado, com bandas de metal. Pra piorar, tentou ser a Lady Gaga e ficou fazendo uma dança louca...ninguém se mexeu! Na sequência, sobre ao palco uma banda horrenda chamada Semi Precious Weapons......Gaga querida, você deveria escolher melhor os músicos de abertura!!!
Começo a bocejar....tenho muuuuuita preguiça de vocalistas "poser". Frases prontas como:
"I fuck@#$ love, this fuck&@% country", eram repetidas incessantemente pelo vocalista Justin Trander. Sono!!!
Depois de quase 2 horas de espera, finalmente tem início o principal espetáculo da noite. Me senti uma velhinha, porque logo no começo do show eu já estava cansada, querendo colocar o meu pijama e ver novela.
O show soa como uma receita requentada de elementos pop: dancinha, bailarinos, troca de figurinos, frases ensaiadas: "I love you Canada!"...hummm! Alguém deveria ter dito pra ela que estamos no Québec...e o Québec é quase um país à parte. O Centre Bell veio à baixo quando ela gritou: "je vous aime", dito assim mesmo, em francês. Aí a galera gostou (e eu também!).
E dá-lhe mais dancinhas, mais trocas de figurinos e de cenários. E por quê tanta polêmica? Marilyn Manson já cobria o corpo de sangue há 20 anos atrás....Madonna já incediava crucifixos no palco há pelo menos 15 anos.....Norah Jones toca piano em canções melosas há séculos.......tudo o que Gaga faz, alguém já fez!
No meio do show, pausa para um merchadising da Virgin Mobile: Gaga liga pra alguém da plateia. Primeira vez na vida que vejo um mercha no meio de um show. Taí alguma coisa original!
A boa surpresa é que a fofa canta...e canta bem! E é magérrima: usar biquini e meia-calça é para poucos. Olhei pro corpitcho dela, olhei pro meu depois de quase 5 meses de inverno e cheguei à conclusão de que preciso triplicar a malhação!
Nos raros momentos em que ela se permitiu sair do script, deu pra perceber que por trás do ícone Lady Gaga, existe um menina de 20 e poucos anos que ainda se surpreende com o próprio sucesso.
Resumo da ópera: Mais do mesmo! Espetáculo ingênuo e desconselhado para maiores de 20 anos.