Ontem estava de péssimo humor, mas ajudar turistas perdidos salvou o meu dia.
Lá estou eu voltando do trabalho de bicicleta, quando me deparo com um casal parado no sinal com um mapa. E gira o mapa pra lá, e vira prá, e coloca de ponta cabeça...ih, esses aí têm cara de turistas perdidos.
-Oi, vocês precisam de ajuda com o mapa? -perguntei em inglês
A mulher arregalou os zóio e disse: -No English......Français!
Sei lá porque falei primeiro em inglês, meu reflexo sempre é falar francês primeiro, bom, continuando.
-Eu posso ajudar, eu também falo francês.
A tia deu um suspiro aliviado e me disse que queria chegar na Av du Parc (pelo sotaque matei a charada: francesa ......ah, o sotaque francês -da França- é música para nossos ouvidos acostumados ao francês québécois).
Expliquei onde era a avenida, como fazia pra pegar o ônibus (na verdade, era só atravessar a rua) e lá foram eles. E eu, ganhei meu dia sendo chamada de "très gentille".
Na verdade, acho que ganhei o dia porque sem perceber consegui ajudar duas pessoas falando duas línguas que não são a minha língua materna. Achei massa......
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Motoboy
Perguntei pro entregador como ele fazia pra trabalhar no inverno. Isso porque não existe motoboy em Montréal, mas tem serviço de entrega rápida.....de bicicleta. Ecológico e saudável.
No verão até vai porque a geografia ajuda: a cidade é plana e não é muito grande. Mas e no inverno, faz como? Calmamente ele me respondeu: de bicicleta do mesmo jeito! Hein?! Repete moço..... bi-ci-cle-ta!
?!?!?!
-Vem cá: e quando tá -15º, -25º?
-Ah, aí demora mais pra ir de um lugar pro outro....o ar fica mais denso, então fica mais difícil pedalar. No verão fazemos 125 km por dia, no inverno só 40km.
(pausa: 40km e ele acha pouco).........Mas escuta...e o frio?
-Ah é, é frio também.
(pausa: como assim é frio "também"???É um frio do capeta e o cabloco de bike pra lá e pra cá!)
-É melhor pedalar no frio porque se a gente cair, cai na neve e não se machuca.
-Ah, tá bom então...me convenceu.
E assim, o veloboy conquistou o meu respeito pra sempre.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Diogo na Universidade
Ele deveria estar escrevendo esse post, mas como o senhor meu marido não é lá muito ligado ao blog, lá vou eu resumir o que tá rolando na vida dele em tempos de universidade.
Como todo mundo sabe, Di entrou na faculdade de música da UQAM e aqui é o aluno quem escolhe as matérias que quer fazer até cumprir os 30 créditos obrigatórios. Pois bem, na empolgação, ele se inscreveu em 6 matérias. Todos os nossos amigos que fizeram universidade aqui disseram que ele tinha pirado e que fazer 6 matérias seria impossível. Ele tentou ......por uma semana........e chegou a conclusão que os amigos tinham razão! Resumo da ópera, uma das matérias teóricas já dançou!
Na aula individual, o professor disse pra ele abandonar o violão (que ele já domina) e se dedicar à guitarra. E além dos exercícios, deu uma peça de Mozart pra ele tirar. Ah, garooooto!
Outra aula que ele adora é a de percussão africana. Acho que até eu ia gostar. Ele conta que cada aluno pega seu djembe no início da aula e dá-lhe batucada! Deve ser divertido. Tem também uma matéria teórica: música, sociedade e sei lá o quê. E lá vai ele com os textos em francês pra cima e pra baixo. Dá-lhe Petit Robert!
Enfim, fazer faculdade em outra língua não é pra qualquer um. Grande desafio, pra um grande músico!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Gostinho do verão
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Mitos e verdades
Muito se fala sobre imigração e mercado de trabalho, então resolvi publicar alguns mitos e verdades segundo meu ponto de vista (não tomem esse post como verdade absoluta, é apenas a opinião de alguém que está passando por algumas situações comuns à maioria):
1) Todo imigrante tem dificuldade pra arrumar o primeiro emprego: VERDADE
Você chega num país diferente, não domina a língua, não tem sua rede de contatos e ninguém sabe a diferença entre um diploma da USP e da Unisertãozinho. Resultado: é difícil, mas não é impossível.
2) O primeiro emprego do imigrante é sempre "Subemprego": MITO.
O conceito sobre este tipo de trabalho muda: O que é um subemprego? É ser garçom? Pedreiro? Encanador? Nada disso. Saibam vocês que ser garçom é o sonho de consumo de 9 entre 10 canadenses, porque o salário é bom, o horário é flexível, existe a possibilidade de beber de graça e ainda é possível conhecer um monte de gente interessante. Os pedreiros e encanadores ganham muito bem: enquanto um auxiliar de escritório recebe em média CAN$12 por hora, um pedreiro ganham entre CAN$27 e $35 e o salário do encanador chega a CAN$60 por hora.
3) Imigrantes só têm amigos imigrantes: MITO
A sociedade daqui é multicultural e acostumada a receber imigrantes, mas cabe a cada um fazer os próprios amigos, dentro ou fora da sua comunidade.
4) Você tem que "regredir" na carreira para depois progredir: VERDADE
É muito difícil chegar aqui e ocupar desde o início o mesmo cargo que você tinha no Brasil. É muito frequente fazer estágio na área pra ter uma experiência local. Mais uma vez repito: não é vergonha nenhuma ser estagiário por algumas semanas, se isso vai te abrir as portas do mercado de trabalho. Outra coisa: a possibilidade de promoção é, em geral, mais fácil que no Brasil.
5) Falar inglês já é suficiente: DEPENDE. As chances de você arrumar um trabalho se falar inglês e francês é muito maior do que se você falar só inglês.
6) O pradrão de vida cai: VERDADE
Em compensação a qualidade de vida aumenta significantemente.
Se você tinha carro, empregada, manicure e babá e desejar continuar com o mesmo staff aqui no Québec, esqueça....ou prepare seu bolso, porque a oferta existe, mas é caaaaaro! Carro até que é barato, mas é absolutamente desnecessário quando se tem um transporte público de qualidade e ciclovias espalhadas pela cidade inteira. Além disso, se você vai querer morar numa casa bem pequena, porque casa grande com piscina, jardim e dois andares dá muito trabalho pra limpar.
Os valores mudam: aqui você não precisa ostentar seu carrão do ano pra ter status...ninguém liga pra isso.
domingo, 28 de agosto de 2011
Adeus à Jack Layton
A política canadense ficou mais triste e mais sem graça essa semana. Morreu na segunda-feira passada de câncer, o líder da oposição Jack Layton.
A vitória do NDP, partido chefiado por Layton , nas eleições deste ano, representou um sopro de esperança na política nacional. O Québec deu um aula de democracia e votou em massa num partido pequenininho, com poucas chances de vitória, o NDP. Resultado, o partido perdeu a eleição geral para os conservadores de Stephen Harper, mas ficou em segundo lugar e tornou-se oposição oficial, desbancando liberais e o próprio partido québécois. Num sistema de monarquia parlamentarista, como é o caso do Canadá, ser oposição oficial é um grande negócio! É como se o PV do Brasil tivesse chegado ao poder.
A vitória do NDP de Layton foi comemorada nas ruas como se fosse o primeiro lugar. Foi lindo e simbólico!
A morte de Layton representa uma grande perda para o Québec, o Canadá e para aqueles que lutam por uma sociedade menos bélica e menos corrupta.
Goodbye Jack Layton...rest in peace...
Au revoir m. Layton....repose en paix....
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Assalto
Fui roubada!!!
Cadê a polícia do primeiro mundo? Cadê? Quem é que vai prender o safado que roubou o banco da minha bicicleta?!
Isso mesmo que vcs leram: algum desocupado teve a cara-de-pau de roubar o banco da minha bicicleta...o BAN-CO...não foi a bicicleta inteira, foi só assento!!! Palhaçada isso. Cadê a segurança nesse país? Eu não saí do meu país pra vir ser assaltada aqui...francamente Montréal!!!
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