Lágrimas

A primeira vez que chorei aqui em MOntréal foi durante a busca pelo apartamento, no dia em que errei o horário e troquei "deux heures" por "douze heures". Chorei de raiva de mim mesma por ter cometido um erro tão estúpido; chorei de vergonha; chorei porque não me permito errar.

A segunda vez que chorei aqui em Montréal foi em setembro, já no final da monografia do MBA. Chorei de cansaço, de saco-cheio por ter começado esse curso e chorei porque tudo aquilo não tinha mais nada a ver com o rumo que a minha vida tinha tomado.

A terceira vez que chorei foi no dia em que falei com a minha avó pelo telefone. Por alguns instantes percebi que, de fato, o tempo passa, e aquela pessoa que eu amo tanto corria, naquele momento, o risco de me deixar. Nem ouse partir antes d´eu voltar ao Brasil!!! Com a voz tremula e fraquinha ela disse: "Não se preocupe, você já se despediu de mim!". Não, não despedi...aguenta mais um pouco que eu ainda tenho muita coisa pra te contar!

O dia em que a francisação acabou, eu quis chorar. Não de tristeza, mas de emoção por saber que aquele momento tão bom e tão efêmero tinha acabado. Fazia uma dia lindo, um calorzinho de outono e quando voltei pedalando pra casa depois do almoço com a turma pensei: "é agora...vou dar a minha choradinha de despedida". Nesse momento o telefone tocou. Era a minha amiga Nicki me convidando pra ir até o Parque La Fontaine. OOOps, projeto choro adiado. E lá fomos felizes e saltitantes.

Quando vi a festinha do meu sobrinho Rodrigo pelo Skype, algumas lágrimas rolaram....emoção pura!

Hoje recebi uma caixa linda de natal da minha mãe: tinha uma revista Isto é falando sobre a guerra no RJ, chocolatinhos, um pijama lindo, presentinhos pro Di, coisas fofas de cozinha, um cartão lindo cheio de amor que só as mães são capazes de fazer. E nesse momento, abraçada na minha caixa de presentes, chorei pela quinta vez........