quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Secretária do bureau

Li recentemente uma entrevista com o ator argentino Ricardo Darín em que ele dizia recusar propostas de grandes estúdios de Hollywood, por não aceitar fazer sempre o papel de traficante mexicano, papel reservado aos atores latinos.
Não tenho um décimo do talento do Ricardo Darín, mas tenho lá minhas convicções e, por não aceitar fazer sempre o papel de "secretária de bureau", abandonei o curso de francês escrito.
Explico: toda vez que a professora mandava a gente escrever uma carta, deveríamos nos colocar no papel da secretária. Semana passada levantei a mão e questionei: "Por que somos sempre secretários do bureau, porque a gente nunca é patrão, coordenador, gerente?". "Não tumultue a classe, madame Joaná!". Essa foi a resposta!!!
Posso quebrar a minha cara, mas acredito que nós imigrantes, podemos ir além....... saímos dos nossos países com uma bela formação e experiência. Vai ser fácil? Lógico que não, mas a escola não tem o direito de dizer que nós, os imigrantes, podemos chegar ao nível máximo de secretários de bureau. Não aceito, não concordo e num rompante de idealismo, abandonei o curso. Como não sou louca, já estava devidamente matriculada no francês escrito do Cégep em janeiro.
Depois de tomada essa sábia decisão, fiquei aliviada! Ufaaaa....

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