Por um tempo exibi com orgulho meu título de "mulher independente" sem me dar conta de que, apesar de pagar as minhas contas, dependia totalmente das minhas auxiliares, Rose e Consuelo, sem as quais a minha casa ficava uma zona completa. Também dependia completamente da minha manicure, da minha depiladora e de todo o staff que nos enchem de conforto.
Com o passar do tempo, já morando em Montréal, aprendi a relativizar a palavra independência. Hoje, eu não sou lá muito independente financeiramente do meu marido (e qual o problema?) e no entanto, não preciso de ninguém pra limpar a minha casa, nem pra fazer a minha unha ou pintar o meu cabelo.
Me tornei agora uma mulher independente? Claro que não. Confesso em público que ainda preciso de ajuda para montar os móveis da Ikea e instalar o aparelho de DVD. Mas ninguém tira de mim o gostinho de fazer, sozinha, uma bela depilação na virilha.
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